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Sou responsável pelo escritório BCU Brasil - Regional Florianópolis. Somos um Banco de Cordão Umbilical, que coleta, processa e armazena as células-tronco retiradas do sangue do cordão umbilical do bebê. O BCU, com mais de 11 anos de atuação no mercado mundial é detentor de vários prêmios o que demonstra sua plena capacidade, possuímos mais de 35.000 coletas realizadas. O BCU participa de várias pesquisas, inclusive no ramo da biotecnologia. Informações: (48) 3025-3700

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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Entrevista site: Diário dos Papais



Entrevista com Vanessa Rockenbach –
Coleta de células-tronco





Hoje o Diário dos Papais tem o prazer de divulgar uma entrevista feita com a Vanessa Rockenbach, sobre coleta de células-tronco.  O "bate-papo" buscou explicar da melhor forma as principais dúvidas das mamães e papais, porém sem perder o caráter técnico do assunto.

Vanessa Rockenbach – BCU Florianópolis



A nossa convidada é Administradora e responsável pelo Escritório Regional do BCU Brasil em Florianópolis e as respostas foram divulgadas com autorização da responsável técnica do BCU Brasil, a Dra. Adriana Ribeiro Homem, CRM/SP 95224.













De onde é possível extrair as células-tronco?
Hoje sabemos que existem células-tronco em todas as partes do nosso corpo, porém não conseguimos extrair de muitos lugares.
É possível extrair células-tronco de: medula óssea, sangue periférico, sangue do cordão umbilical, gordura e pele. Há avanços para que em pouco tempo possamos extrair também do dente de leite e tecido do cordão umbilical. No Brasil não existem ainda algumas permissões de cultivo destas células-tronco contidas nestes dois últimos lugares citados.

Porque coletar no nascimento se é possível a extração em outros lugares do corpo a qualquer momento da vida?
Ao longo de nossa vida passamos por muitas coisas, como: doenças, respiração, medicações, estresse, envelhecimento e etc. Podemos dizer que todas as células que temos em nosso corpo hoje, são vividas.
Quando um doador doa suas células-tronco da medula óssea (doação mais comum) elas tem o tempo de vida deste, portanto são células que já possuem uma memória além de terem seus telômeros diminuídos.
Nossas células possuem telômeros que ao longo da vida vão diminuindo e isto faz com que elas já não estejam tão capazes quanto antes.
Para uma pessoa realmente conseguir coletar células-tronco da medula óssea para um tratamento em si mesma (Autólogo) ela precisa passar por quimioterapias que zerem a memória de suas células para que daí sim possam ser retiradas do seu corpo e transplantadas quando saudáveis. Porém, de qualquer forma estas células continuam “vividas”. Além deste fator que interfere na qualidade das células, a retirada da medula óssea requer uma cirurgia com anestesia geral e repouso. Nem sempre uma pessoa pode tirar suas células para uso próprio.
Já as células-tronco retiradas da gordura, por exemplo, também são vividas e são em menor quantidade. Normalmente o máximo retirado é de 100milhoes de células (contra no mínimo 500milhões do cordão umbilical). E ainda não há uma tecnologia confiável para o congelamento e armazenamento.

Desde quando isso é feito no mundo?
Existem registros, no mundo, de coletas realizadas há mais ou menos 25 anos.

E no Brasil?
Há mais ou menos 10 anos. A criança mais velha que fez coleta de suas células-tronco em SC tem 6 ou 7 anos.

Quanto custava o procedimento há 5 anos atrás?
Por volta de R$ 5.000,00.

No filme “Uma Prova de Amor”, protagonizado por Abigail Breslin, a família decide ter mais um filho com fertilização artificial para que este pudesse ser doador de uma filha doente. É possível esse uso com as células-tronco? Qual a chance de um irmão ser compatível em inseminação artificial? E natural?
Sim, é possível. O filme retrata justamente o drama de uma família que opta por uma nova gravidez pensando em um filho doente, prática já comum no Brasil e fora do país. Se pela fertilização os pais são os mesmos, as chances de compatibilidade não são diferentes de uma gestação concebida naturalmente.
Existe um caso famoso espanhol de pais que selecionam geneticamente seu segundo filho para que este seja compatível com o primeiro e realizam fertilização, dos mesmos pais.
Isso aconteceu também no Brasil, com certa polêmica, no inicio deste ano.
Este tipo de situação ocorre quando os pais já estão sem nenhum recurso com o qual possam contar e não querem pensar na probabilidade de compatibilidade que pode vir de uma gestação comum. Situações mais comuns no Brasil são de primeiros filhos que se descobrem doentes e pais que já estão grávidos de um próximo filho ou engravidam para coletar as células-tronco do cordão umbilical e verificar a compatibilidade.
As chances de compatibilidade entre irmãos, dos mesmos pais, é em média de 35%. Em muitas situações as células-tronco advindas do cordão umbilical não necessitam de 100% de compatibilidade com o receptor, justamente por serem células não vividas e que possuem menor risco de rejeição. As células da medula óssea de um doador tem a necessidade de ser 100% compatíveis com o receptor, haja vista seu desgaste ao longo da vida e maiores chances de serem rejeitadas pelo organismo receptor.
No Brasil existem bancos públicos e privados de sangue do cordão umbilical, justamente pela importância reconhecida nesta fonte de células.
Os bancos públicos possuem algumas normas restritivas para que a gestante seja doadora, como por exemplo: idade gestacional, horário de nascimento, realização de testes sorológicos com a mãe e com o bebê algumas vezes após o nascimento e a coleta fica disponível para qualquer pessoa no mundo, com uma numeração e sem nenhuma ligação ou prioridade de uso para o doador. Em SC as doações devem ser realizadas no Hospital Regional de São José.
BANCO PÚBLICO: Em Florianópolis o responsável é o HEMOSC. Todo o processo é muito parecido ao dos bancos privados, mas a grande diferença está no uso, a pessoa que precisar das células-tronco para um transplante dependerá de uma compatibilidade para seu uso, ou seja, poderá ter que enfrentar uma fila de espera.
Nos bancos privados a coleta é realizada para uso autólogo, próprio paciente do qual foi coletado. BANCO PRIVADO: Armazenamento das células visando o uso da própria pessoa ou de familiares, (entrando com um pedido ao juiz) permitindo desta forma a disponibilidade IMEDIATA das células-tronco sem a necessidade de espera por uma compatibilidade. Desta forma, os contratos de bancos privados são de uso exclusivo para o chamado beneficiário (bebê).
É importante ressaltar que em muitos países, como nos EUA, pioneiro nas técnicas, os bancos públicos e privados convivem muito bem em conjunto e são parceiros em diversas áreas, o que esperamos que um dia possa acontecer também no Brasil.
A legislação brasileira permite o uso também por irmãos, pais e avós, mediante autorização judicial específica. Primeiramente se faz o teste de compatibilidade e verificação com o médico que está tratando a pessoa, se aquela compatibilidade é suficiente para o tratamento em questão. Após isso se entra com mandato de segurança que é liberado em até 24h por um juiz. No Brasil, todas as solicitações realizadas assim, foram liberadas.
Essa é outra vantagem deste tipo de coleta, se for comprovada a compatibilidade e for suficiente para um aparentado, não há necessidade de recorrer a uma fila de espera.

Como tem sido o crescimento das coletas?
Graças às formas de divulgação que encontramos e esforços para que a população tome conhecimento deste procedimento, temos conseguido conscientizar cada vez mais casais a respeito desta prática. A principal questão é que as pessoas saibam que existe um material rico e precioso no sangue do cordão umbilical de recém-nascidos e este pode servir para salvar uma vida. Para isso, não podemos sair fazendo propagandas, pois isso é um pouco restritivo pelo CFM (conselho Federal de Medicina), (desta forma) porém, encontramos outras maneiras de explicar o que é a coleta, para que serve e o que são as células-tronco, por meio da realização de cursos para gestantes, envio de informativos por e-mail, marcação de reuniões e encontros com gestantes e familiares. Infelizmente ainda não conseguimos atingir todas as mamães como gostaríamos, umas e outras sempre escapam sem nem sequer saber que existem células naquele sangue, mas trabalhamos para que as pessoas tenham pelo menos as informações, a decisão da coleta vem depois.
Eu sou da opinião de que não podemos decidir nada sem ter conhecimento pleno daquilo, por isso oferecemos tantas formas de obter informações sobre a coleta, pois não podemos “nos dar ao luxo” de decidir sobre o futuro de uma criança sem ter informações suficientes e simplesmente “achar” isso ou aquilo. Para conhecimento, existe um artigo (9) que foi somado a lei nº 11.633/07, que garante à gestante o acesso às informações referentes a coleta. Quem deve passar essas informações, teoricamente, seriam os obstetras. Aqui também temos o nosso papel, a mulher deve saber das informações e aí sim decidir se realizará uma doação pública ou optará pela guarda privada (para si). Se a lei existe, é porque é reconhecida a importância deste material. Quem não tem condições de coletar em um banco privado, deveria ao menos tentar doar o sangue do cordão umbilical. Copio a lei abaixo:
“Art. 9o-A É garantido a toda mulher o acesso a informações sobre as possibilidades e os benefícios da doação voluntária de sangue do cordão umbilical e placentário durante o período de consultas pré-natais e no momento da realização do parto.”
Como ter certeza ano após ano que o material armazenado ainda pode ser utilizado?
As melhores empresas possuem os melhores equipamentos e acompanhamento das coletas já realizadas. Portanto coletas feitas com protocolos modernos de processamento e armazenamento, por si só já se garantem viáveis. Por trás de tudo: coleta, transporte, contrato, armazenamento; existe uma regulamentação, esta exige algumas situações dos bancos de coleta. Uma delas é a verificação da viabilidade das amostras armazenadas, portanto esta verificação garante que os laudos recebidos pelos pais devem continuar iguais “pra sempre”, com a viabilidade descrita nestes sem nenhuma alteração.
Não existe hoje um tempo limite para este armazenamento. A pessoa que utilizou as células-tronco congeladas após mais tempo de congelamento foi com aproximadamente 23 anos, portanto, com os melhores protocolos de armazenamento se garante a viabilidade das células por muitos anos.

Onde o material é armazenado?
No caso do BCU, utilizamos tanques de nitrogênio líquido, onde a coleta fica armazenada a -196º. Nosso laboratório fica localizado em SP, bairro Santana.
O BCU World possui mais 03 laboratórios, que são: no México, EUA e Argentina.

Quais as proteções do edifício contra roubos, incendio, explosões, falta de energia elétrica ou mesmo um acidente de um veículo contra o prédio?

O prédio de armazenamento das coletas, o laboratório, é também regulamentado, portanto fica em local apropriado e seguro. Claro que ninguém está livre de catástrofes, para isso tomamos alguns cuidados: os tanques de armazenamento são bastantes seguros e preparados para certas situações, O prédio possui segurança, seguro patrimonial e de equipamentos. Os tanques de armazenamento ficam estrategicamente localizados dentro do interior do prédio em um local mais afastado da rua, por exemplo.
No caso de queda de energia elétrica, não há problema, os tanques não necessitam de energia após o congelamento, somente para reposição automática de nitrogênio líquido. Mas uma vez o tanque fechado com nitrogênio dentro, ele pode ficar dias sem energia e sem problemas. Existe a ordem seguinte quando falta luz:
Automático - No-break - Gerador - Manual
Se precisar chegar no manual (somente após estragar tudo que veio antes) se coloca um caminhão com nitrogênio do lado de fora do laboratório e “liga a torneirinha” para reposição. No caso do processamento de uma coleta que acabou de chegar, é só utilizar no-break ou gerador.
Existem planos de ação para caso ocorra alguma das situações citadas, como os funcionários devem agir e etc.
Não existe no Brasil um seguro para o material em si, provavelmente por ser inestimável seu valor.

Caso a pessoa que teve suas células-tronco coletadas e armazenadas com o BCU decida morar em outro país, o que fazer? É possível transferir o material?
Não, isto não é possível. Temos vários destes casos, pais que só vieram ter o bebê aqui ou que se mudaram após algum tempo. A legislação brasileira não permite o transporte deste material sem a necessidade do uso, portanto se foi coletado aqui, deve ficar armazenado aqui. Somente para uma necessidade de uso das células é que este material pode ser transportado para fora do país.
E penso que não há a necessidade de morar “ao lado do tanque”, no caso de uma necessidade de uso, não será tão rápida a solicitação médica que a distancia vá impedir a chegada das células no seu destino.

É possível a partir das células-tronco incitar a reprodução para obter mais células-tronco?
Hoje não. Não podemos dizer como será o futuro, mas existem estudos para a expansão celular, de onde uma célula virará X células. Hoje ainda não se sabe se estas células expandidas tem a mesma viabilidade e capacidade das originais.

Para um tratamento de leucemia, quanto do que está armazenado é necessário? Tudo ou apenas uma porcentagem?
Depende muito do médico, solicitação e necessidade. A leucemia é um dos casos que se tem basicamente um padrão de necessidade de células, 10milhões por kg do paciente (este número já foi de 20milhões, ou seja, antigamente o tratamento era mais restrito). Portanto se a pessoa que vai utilizar tem 40kg, ela necessitará de 400milhões de células. Mas dependendo do caso o medico pode solicitar tudo para garantir um melhor tratamento ou algo do tipo, não há como sabermos esta necessidade sem avaliar um caso específico. Como outras doenças que tem demonstrado que necessitam de menos células, 200, 250 milhões.

Existe alguma obrigatoriedade de ter que doar as células-tronco armazenadas em bancos privados para um desconhecido compatível que as necessite?
Não. Contratualmente os dados desta coleta são exclusivos e não podem ser divulgados para ninguém, além das células armazenadas serem de uso exclusivo para o beneficiário. Neste caso de um desconhecido, seria necessária a verificação da compatibilidade entre quem coletou e quem vai usar, fato que não acontecerá se não houverem dados disponíveis.

Como o material é transportado do hospital até o banco?
O transporte é regulamentado e segue alguns padrões de acondicionamento, porém as empresas podem optar entre alguns meios de transporte. No caso do BCU, o transporte é feito exclusivamente aéreo após a chegada do material no aeroporto de origem até o aeroporto de destino em SP. Desta forma a coleta chega de forma mais rápida e segura.

E se os pais desejarem que o parto seja feito em casa?
Neste momento, infelizmente não somos permitidos a participar de partos domiciliares. A regulamentação exige que o parto seja realizado em ambiente hospitalar.

Algum tipo de parto impede a coleta?
Não, a coleta pode ser realizada em cesáreas ou partos normais/naturais, e na posição em que a mamãe optar.

Por quanto tempo o material pode ficar armazenado com a tecnologia atual?
Não existe um prazo determinado, médicos e técnicos afirmam que é ad eternum, para sempre. Atualmente existem coletas armazenadas com mais de 23 anos.

Quais as doenças que já podem ser tratadas?
Quais as doenças com tratamento em fase de aprovação?
Existem mais de 250 doenças em fase de estudos, algumas mais avançadas com cobaias humanas: nestas doenças, o tratamento com células-tronco do cordão umbilical é benéfico, mas ainda não está no dia a dia da medicina, como: artrite, lúpus, alguns tumores cancerígenos, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral, doenças cerebrais, diabetes tipo I, entre muitas outras. E outras em fase inicial sendo testadas em animais ou in-vitro: Nestas doenças, o benefício do tratamento com células-tronco do cordão umbilical ainda está em investigação, como: doença de Alzheimer, doença de Parkinson, doença de Crohn, entre outras.
Fora estudos paralelos para lesões no fígado, doenças cardíacas, incontinência urinária, artrose, retinose pigmentar, asma, entre outras.

Obviamente não quero te comprometer com perguntas especulativas, mas falando em possibilidades teóricas, no futuro seria possível a reconstituição ou mesmo criação de tecidos e órgãos? Há algum avanço nesse sentido já?
Não podemos afirmar se seria possível sem termos condições cientificas para isso, mas já existem tentativas de construção de órgãos e tecidos com células-tronco, algumas promissoras e outras nem tanto.
Como abaixo:
Bexiga, rins, pulmões:
Há algum avanço para tratamento do sistema neurológico?
Muitos, justamente por já ser comprovado que as células-tronco podem se transformar em neurônios.

E para tratamentos estéticos? Há algum avanço?
Sim, como rejuvenescimento da face (substituição ao botox), por exemplo:
Entre outras situações como substituição do silicone para seios, enfim, existem institutos que pesquisam exclusivamente avanços com células-tronco para esta área, estética.


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